segunda-feira, 1 de março de 2010

Plaza Mayor em um raro domingo de céu claro, num inverno super rigoroso e nunca antes visto pelos próprios madrileños (ao menos, aqueles com quem falei).

Cidade lotada de turistas e de espanhóis que resolveram vir se esquentar um pouquinho sob este agradável sol; mas, claro, ainda vestidos com seus respectivos casacos e cachecóis.

Na principal praça da cidade, artistas de rua se apresentam, casais descansam abraçados, famílias inteiras passeam e amigos batem papo espalhados pelo chão do lugar.

Começo com a bizarra cabra que gargalha, depois vou ver as duas mesas de 3 assustadoras cabeças. O marinheiro pintando pequenos quadros de vidro. Aonde mais você também pode encontrar o homem invisível? E a bruxa do pesadelo de todas as crianças? Não vamos esquecer do homem de areia.

O homem-aranha, depois que ficou famoso, só permite fotos em troca de propina. E olha que agora ele nem está mais lá aquelas coisas... acho que andou comendo paella demais aqui em Madrid, precisam ver como ele engordou!

O engraçado médico, físico nuclear, cientista, mágico, malabarista e palhaço, arranca gargalhadas da platéia a cada número.

Uma gigante roda de adultos e crianças aplaude e pula ao som dos Mariachis; enquanto uma outra senhora, aparentemente com já seus 50 e tantos anos, mostra que não há idade para divertir-se e que, muito menos, deve-se se importar com o que os outros pensam: "Ridículos são vocês, que não se juntam pra dançar comigo!"

O grupo com as músicas animadas de antigamente, depois de se apresentarem sozinhos com seus baixos acústicos, sax e acordeões, resolve se juntar ao senhor que toca com baquetas um doce instrumento de cordas. Juntos, o jazz passa a dominar o ambiente. Interessante foi ver o pequeno menino boquiaberto admirando.

Um chinês pinta seus retratos na praça, junto com outros espanhóis a vender paisagens, D. Quijotes ou dançarinos de flamenco em versões clássicas, impressionistas, cubistas, surrealistas ou até totalmente abstratas.

O homem que faz bolonas de sabão foge do menino que, com sua espada, não o deixa espalhar cores pela praça.

O Mickey com a roupa de Tio Sam? Bem, este só atrai mesmo é uma rápida olhadela das crianças "Mama, mira el mickey!". Mas por este, nem mesmo a fotógrafa se interessou.

Numa calle próxima, emocionante o homem que com cordas dá música e vida, não só àquela boneca que toca o violino, com seu gatinho descansando ao lado, mas também a todos que estão ali assistindo. De encher os olhos de lágrima...

O sol se vai, a praça esvazia, poucos artistas já restam e eu me vou, depois de pôr o cachecol, preciso guardar a câmera e a caneta pra pôr minhas luvas, pois minhas mãos já congelam. Vou pra minha casinha tomar um café bem quente e esquentar meu coração no telefone com pessoas que amo. É isto que este inverno pede...

E assim, redescubro o meu amor por Madrid e me lembro porque estou aqui!


Um comentário:

Unknown disse...

Nooosaaa, Quel tinha esquecido do quanto você escrevia tão bem!
Que saudade desse blog, que saudade de você!
Que imagens lindas! Nossa, bateu uma vontade de pegar um mochilão e curtir a europa... Ver praças assim, repletas de artistas de rua, cafés modestos, restaurantes magníficos... ai... ai... fotos lindas que me fizeram viajar....
Um enoooorme beijo e continuo torcendo muito daqui!
Lai