quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Saímos da época das cartas nunca enviadas, para entrarmos na era dos emails eternamente rascunhados.

Há uns bons anos atrás, uma amiga me perguntou "Quem nunca escreveu uma carta que nunca enviou?". E eu respondi: "Ué, como assim? Eu!!! Por que?? vcs escrevem cartas e não enviam? que estranho... então por que escrevem?".

Em 2008, chegou a minha vez de compreender o que ela dizia. Uma carta de 7 páginas, eu acho, está mantida fechada em um envelope até hoje. Fico feliz por não tê-la enviado. Não, não era uma carta de amor, era de "desamor".

E foi só... minha única carta ali, guardada em uma caixa, com suas palavras de desamor, também muito bem guardadas ainda lá num cantinho dentro de mim...

Nunca mais, desde então, escrevi uma carta não enviada.

Agora, entrei na era dos e-mails! Afinal, eu demorei, mas tive que me modernizar...

Quantos e-mails ficarão ad aeternum lá do lado esquerdo, nos rascunhos? Quantos poemas ali estão dedicados ou, pelo menos, quantas vontades não somaram mais um número àquela pastinha?

Talvez a contagem só não seja tão grande, porque apagar ou clicar "não salvar" é mais fácil do que rasgar...